sexta-feira, 30 de maio de 2008

Leandro, Rei da Helíria de Alice Vieira



ESTÚDIO FÉNIX, 1 de Junho de 2008, 21.30 horas

Ficha Artística:
Escrito por _ Alice Vieira
Encenação, cenário e figurinos _ Rosa Costa


Elenco_ Helena Moreira
Duarte Baptista
Estela Fernandes
Bruno Magalhães
Carla Pereira
João Sousa
Catarina Costa
João Mendes
Beatriz Gomes
Tânia Freitas
Rita Cardoso
Eduarda Martins
Daniela Maria



O Teatro Montelongo representa, mais uma vez, no Dia Mundial da Criança, uma obra de leitura integral. Neste sentido, o estudo do texto dramático sai das paredes da sala de aula e estende-se ao palco do Estúdio Fénix.

Leandro, Rei da Helíria, peça de Alice Vieira integra o Projecto de Leitura do 3.º Ciclo do Agrupamento de Escolas E.B. 2,3 de Montelongo, subordinado ao tema “Da leitura à viagem”, que foi premiado pelo Projecto Ler+ do Plano Nacional de Leitura.
Como toda a gente sabe, o teatro tem uma elevada função pedagógica e contribui para desenvolver as capacidades psíquico-linguísticas dos alunos.

Neste sentido, o Teatro Montelongo prefere um teatro pedagógico, no sentido de sair com o texto, estudado na sala, para mostrar que os valores culturais, enraizados nas palavras, educam e formam as crianças, para que sejam indivíduos que compreendam a importância da existência humana e aprendam a viver melhor e a serem melhores pessoas.

Leandro, Rei da Helíria, peça escrita por Alice Vieira, em 1991, a partir de Rei Lear de William Shakespeare foi, especialmente, redigida para crianças e jovens.

A génese narrativa é de índole popular. Um pai decide repartir o reino pelas filhas e decide testá-las, para perceber qual delas o respeita e honra mais. Sucedem-se várias peripécias e o Pai acaba por deserdar a mais nova.

Todavia esta vem a revelar-se, afinal, a única que era merecedora da sua generosidade. Vítima do próprio orgulho e castigado pela sua cegueira, o Rei expia as suas culpas, mergulhando na miséria, até ser finalmente salvo e perdoado por Violeta, filha mais nova, entretanto reencontrada.

Um excerto: um convite à leitura...

Violeta: Amo-vos, senhor. Não quero recompensas. Quero apenas poder contar com a vossa experiência sempre que precisar dela, com os vossos conselhos e com o vosso amor.
Rei: Tudo terás de mim, Violeta. Poderei eu agora fazer-te um pedido?
(…)
Reginaldo: Dizei, senhor!
Rei: Queria uma costeletazita de javali… com uma pitadinha de sal, se possível!

in Leandro, Rei da Helíria, Alice Vieira

Sobre a autora de Leandro, Rei da Helíria:

Alice Vieira (Lisboa, 1943) é uma escritora e jornalista portuguesa. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas dedicou-se desde cedo ao jornalismo, dirigindo os suplementos Juvenil e Catraio no Diário de Notícias. Também trabalhou em vários programas de televisão para crianças e é considerada uma das mais importantes autoras portuguesas de literatura infanto-juvenil.

As suas obras foram traduzidas para várias línguas, como o alemão, o búlgaro, o basco, o castelhano, o galego, o francês, o húngaro, o neerlandês, o russo e o servo-croata. Foi casada com o também jornalista e escritor Mário Castrim.
Prémios literários:

1979 - Prémio de Literatura Infantil, Ano Internacional da Criança, com Rosa, Minha Irmã Rosa;
1983 - Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil com Este Rei que Eu Escolhi;
1994 - Grande Prémio Gulbenkian.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

AUTO da BARCA do INFERNO

O Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente foi, mais uma vez, representado pelo Teatro Filandorra. Os actores apresentaram-se seguros em palco, movimentando-se firmemente. O guarda-roupa oscilava entre os séculos XVI e XXI, tal como a luz e o som. Os adereços adquiriram actualidade, tornando-se evidente a linha vicentina do ridendo castigate mores. Assim também, neste espectáculo, as futilidades da Alcoviteira foram bem vincadas, tal como a cadeira de rodas do Fidalgo era um apelo nítido aos automobilistas, sem esquecer os utilizadores do IP4, dado que os actores são oriundos de Vila Real.
Assistiu-se a um espectáculo vivo, em que os actores deram voz ao vernáculo vicentino, repleto de humor, ironia e cómico.
As personagens fortes deste espectáculo teatral foram, indubitavelmente, o Diabo e o Parvo. Tal como no texto vicentino, assumem um registo irónico, rondando a sátira e a caricatura.
Sublinhe-se também que três elementos do Teatro Montelongo integraram o elenco, na cena dedicada aos Cavaleiros.